Tremor de terra em 2018 chamou atenção para consequências da mineração. Afundamento do solo é 'risco iminente', alerta Defesa Civil.
Já se passaram 5 anos desde que os moradores do bairro do Pinheiro, em Maceió, perceberam as primeiras rachaduras nos imóveis, em 2018. O problema causado pela mineração se agravou, afetou outros quatro bairros e levou à evacuação de cerca de 60 mil pessoas. Na última segunda-feira (27), o alerta de colapso em uma das 35 minas da Braskem deu início a um novo episódio.
Até as 17h desta sexta (1), o solo da mina 18 para extração de sal-gema cedeu 1,43 m, segundo a Defesa Civil Municipal. Ao colapsar, o que pode acontecer a qualquer momento, a cratera pode atingir outras duas minas vizinhas e abrir uma cratera do tamanho do estádio do Maracanã.
Veja a cronologia dos fatos:
- A mineração em Maceió começou na década de 1970, com a Salgema Indústrias Químicas S/A, que depois passou a se chamar Braskem. A extração de sal-gema, minério utilizado na fabricação de soda cáustica e PVC, tinha autorização do poder público.
- Em fevereiro de 2018, surgiram as primeiras grandes rachaduras no bairro do Pinheiro, uma delas com 280 metros de extensão. No mês seguinte, um tremor de magnitude 2,5 agravou as rachaduras e crateras no solo, provocando danos irreversíveis nos imóveis.
- Já no início de 2019, o piso de um apartamento no Pinheiro afundou de repente e assustou os moradores. Novos buracos surgiram e a Defesa Civil Municipal precisou evacuar um prédio e interditar uma rua por questões de segurança.
- Meses depois, moradores do Mutange e do Bebedouro, bairros vizinhos, também relatarm o surgimento de diversas rachaduras. Em algumas casas, o piso cedeu e as paredes apresentam grandes fissuras.